Feminicídios e mortes de crianças e adolescentes crescem em meio a queda da violência no Brasil, mostra Anuário da Segurança
Em meio à queda da violência no Brasil, o país voltou a registrar, em 2024, alta nos feminicídios – assassinatos de mulheres por serem mulheres. Além disso, viu os assassinatos de menores de idade inverter a tendência de queda e subir, puxada pelas mortes de adolescentes pela polícia.
Os dados são do Anuário da Segurança divulgado nesta quinta-feira (24) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). O estudo existe desde 2011 e mapeia os registros criminais feitos anualmente pelas secretarias de segurança pública dos 26 estados e do DF.
Feminicídios seguem em alta
O Brasil teve 1.492 feminicídios em 2024, maior número desde 2015, quando a legislação brasileira passou a definir esse crime, e uma alta de 1% em relação a 2023.
A maior parte das vítimas de feminicídio em 2024
era mulher negra (64% das vítimas);
tinha 18 e 44 anos (70%);
foi assassinada dentro de casa (64%);
por um homem (97%);
por alguém que era companheiro ou ex-companheiro (80%);
e foi morta por uma arma branca (48%), como uma faca, por exemplo.
O Fórum destaca que ao menos 121 das mulheres mortas em 2023 e 2024 estavam sob medida protetiva no momento do assassinato – só em 2024, cerca de 100 mil dessas ordens foram descumpridas, de acordo com o levantamento.