Autor de ataque à escola ameaçou adolescente em mensagens: 'Vai morrer'
O adolescente que matou uma professora e feriu outras quatro pessoas a facadas em um colégio estadual na zona oeste de São Paulo, na manhã de segunda-feira (27), ameaçou um ex-colega de escola por mensagens de WhatsApp no dia 7 de fevereiro.
O que aconteceu?
-O alvo das ameaças foi um adolescente de 12 anos, aluno da escola estadual José Roberto Pacheco, em Taboão da Serra, na Grande São Paulo.
-O autor do crime frequentou essa escola até a primeira semana de março, quando foi transferido para a escola Thomazia Montoro, na Vila Sônia.
-Além de dizer que mataria o então colega e a mãe dele, o adolescente enviou fotos de si mesmo armado e mascarado.
-Ele se identificou ao ex-colega com o nome de um dos autores do massacre em uma escola de Suzano em março de 2019.
-Ao final da conversa, de cerca de uma hora, a mãe da vítima assumiu o celular do filho e afirmou que levaria o caso à escola. Em resposta, o adolescente se desculpou.
-O jovem ameaçado não foi uma das vítimas do atentado de ontem, que ocorreu em outra escola. O diálogo no WhatsApp indica que os dois se conheciam, mas não chegaram a frequentar a mesma sala.
Durante a conversa, o adolescente faz várias ameaças e chega a afirmar que foi contratado por outro estudante, não identificado, para matar o ex-colega. Estas foram algumas das mensagens, mantidas na grafia original:
"Sei quem é vc. E estou atrás de vc. Vc vai morrer. Vc tá fudido. Vou matar vc e sua mãe fdp"
"Seus dias tão contado [sic] hein parceiro"
"Ele quer que vc morra, ele só me pediu e me deu dinheiro, e eu aceitei parceiro"
"Ele te deu um mez [sic] mais ou menos pra vc ficar vivo, eu ia executar a missão em março"
Ao final da conversa, a mãe do jovem ameaçado afirmou ao autor do crime que mostraria à escola "o tipo de conversa" que ele tinha. "Aqui ninguém tem medo de você não", afirma. Diante da reprimenda, o adolescente pediu para receber uma "segunda chance" e não ser denunciado daquela vez.
MP pediu avaliação psiquiátrica do autor do ataque
-O pedido de análise psiquiátrica foi feito pela Promotoria à Fundação Casa de São Paulo. Até ontem não havia definição do local nem data para a realização da avaliação.
-O processo tramita em segredo de Justiça. O adolescente foi ouvido ontem pela Promotoria da Infância e da Juventude.
-A internação provisória tem período máximo de 45 dias. O adolescente está na Fundação Casa, no Brás, na região central desde a noite de segunda.
-Três anos é o tempo máximo para cumprimento de medidas socioeducativas nas unidades da Fundação Casa, independentemente do ato infracional.
-A polícia acredita que o adolescente executou sozinho o plano de ataque na escola, mas investiga se teve ajuda na elaboração.
-Pistolas de airsoft, máscaras e bilhetes manuscritos apreendidos na casa do adolescente foram encaminhados à Vara da Infância e Adolescência.