O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou, na noite de segunda-feira (10), uma ordem executiva que incentiva o uso de canudos de plástico no país. A medida, que já entrou em vigor, vai contra uma medida promulgada na gestão de Joe Biden, a qual visava estimular a substituição de canudos de plástico por canudos de papel.

Trump vem sendo um crítico de longa data dos canudos de papel, classificando-os como “repugnantes”. "Essas coisas não funcionam, eu as tive muitas vezes e, de vez em quando, elas quebram. Se algo está quente, eles não duram muito, como uma questão de minutos, às vezes uma questão de segundos. É uma situação ridícula", disse o líder.

Trump ainda questionou o impacto da poluição plástica no meio ambiente – justificativa dada por Biden para assinar o decreto que eliminaria gradualmente os plásticos descartáveis no país. A ideia era surpreender o uso de produtos de plástico em repartições federais até 2027, e em todas as agências do governo até 2035.

"O impacto ambiental dos canudos de plástico em comparação aos de papel é totalmente incerto. Isso custou ao governo e à indústria privada muito dinheiro, e deixou consumidores em todo o país extremamente insatisfeitos com seus canudos”, disse Trump. “Não acho que o plástico afetará muito um tubarão enquanto ele estiver comendo”, acrescentou.

O decreto de Trump vem em meio aos esforços da Organização das Nações Unidas (ONU) para chegar a um tratado global contra a poluição plástica no mundo. O esforço envolve 198 países, que se reunirão este ano para mais uma rodada de negociações.

Ao todo, o mundo produz 460 milhões de toneladas de lixo plástico por ano, sendo um terço composto por embalagens, sobretudo descartáveis. A previsão do Programa da ONU para o Meio Ambiente (Pnuma) é que a produção plástica triplique até 2050 caso nada seja feito, o que terá um impacto significativo na fauna marinha e na vida humana.