
Paralamas do Sucesso celebram mais de 40 anos de banda em estádio lotado em SP
A banda, formada no Rio de Janeiro, em 1982, teve como primeiro hit a música “Vital e sua Moto“. Com a faixa tocando em todas as rádios, os então, “garotos dos Paralamas” passaram a abrir shows do Lulu Santos. Mas o sucesso mesmo veio com o disco “O Passo do Lui“, com as já eternalizadas: “Óculos” e “Meu Erro“.
O ano era 1985 e os meninos estavam tocando para milhares de pessoas na primeira edição do Rock in Rio, em 1985. Aliás, até hoje o criador do Rock in Rio, Roberto Medina, costuma dar entrevistas dizendo que esse é seu show favorito de toda a história do festival.
Medina os descreve como garotos, com uma energia surpreendente, com o “peso” de impactar milhares de pessoas, parte de um público exigente. Mas eles não deixaram em nada a desejar em comparação com as atrações internacionais.
Com o passar dos anos, Os Paralamas se reinventaram, tiveram futuro incerto com o acidente de Herbert em 2001, e voltaram. Talvez, além do óbvio talento, tenha sido a resiliência que os manteve tão atuais e importantes. A nata do rock nacional.
Mais um capítulo dessa história foi escrito e cantado no Allianz Parque (SP) na noite deste sábado, dia 31.
A noite teve medley de músicas do Tim Maia; a romântica “Aonde quer que eu vá“, a pesada “O Calibre“, e a ginga inconfundível de “Uma Brasileira“.
Vieram as animadas “Alagados” e “Melô do Marinheiro“, com direito ao comentário de Herbert: “talvez vocês nem fossem nascidos ainda quando lançamos essa.”
Será que ele imagina que ali, naquele estádio, estavam reunidas três gerações?
O clipe de “Ela disse Adeus” foi exibido no telão. Vídeo, inclusive, que é estrelado pela atriz Fernanda Torres.
Em um dos momentos mais marcantes do show, Herbert pediu que as pessoas acendessem as lanternas de seus celulares: “Lanterna dos Afogados“.
Herbert interage pouco com o público, mas pede palmas no ritmo das canções, e o público responde cantando alto.
O baterista João Barone, exaltado pelo público, disse: “Não sei como estamos conseguindo tocar hoje. A gente deve tudo a voces”, revelou emocionado.
“Caleidoscópio” e “Meu Erro” ficaram para o BIS, mas a grande surpresa ainda estava por vir.
Herbert convidou para o palco Dado Villa-Lobos e André Frateschi para um dueto belíssimo de “Que País é Esse?” e um agitadíssimo cover de The Clash, “Should I Stay or Should I Go“.
Um encerramento apoteótico, leve e divertido, como a própria trajetória dos Paralamas do Sucesso.
Que venham mais décadas de celebração dessa banda que se confunde com a própria história do rock nacional.